sábado, 21 de agosto de 2010

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Ficamos, às vezes, a perguntar sobre questões clichês e sem possibilidade de respostas... questões sobre a existência, sobre o futuro... ou ainda, na turma dos porquês, sobre o amor... ficamos a nos questionar sobre o que nos faz ser, o que somos, o que devemos ou desejaríamos ser... até mesmo nos interrogamos todas as manhãs com qual camisa ir... esta, aquela ou ainda aquela outra que ontem estava a me perguntar porque não comprei... 

e para quê? pois é, introduzindo mais uma questão... 

se o acaso é o fundamento por acaso da vida será que não dá para deixarmos de perguntar? deixarmos de querer saber, planejar, compreender, e então só viver? isso mesmo, ir fazendo do jeito que dá e da forma que a vida vem... tudo bem decidir entre levantar da cama ou ficar nela... ler um livro, ir a aula ou tomar água de coco... passear com os cães a noite, de tarde, pela manhã... essas coisas básicas, cotidianas aí ... 

mas não... planeje!pense!escolha!compreenda!descubra!... que determinação sobre a vida... alguns amigos  e amigas estranhariam certamente eu dizer essas coisas por aqui... mas é isso, será como que é esse negócio de ser feliz? 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

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Jaz aqui um amor. Enterrá-lo sim. Bastante terra, mais um pouco senhor coveiro, capriche nesta cova. Não é porque fez ela merecer tanto, nem foi tanto tempo assim. É exatamente pelo contrário, para ver se amor como esse nunca consiga alcançar novamente a grama que tampará esta sepultura. Pensando bem, senhor coveiro, grama? Para quê? Desnecessária. É preciso apenas uma placa com os dizeres que jaz aqui um amor, mais nada. Que fique coberta só pela terra, crua e nua. A placa não é para homenagear este amor, e sim para alertar sobre indesejado amor que foi esse.
Isso mesmo senhor coveiro, mais terra, jogue com força, não precisa ser delicado. Diferente de outros enterros, neste aqui as lágrimas são cruéis demais para bons sentimentos. Para esta cova não se pretende haver visita e sim um enorme esquecimento. É raiva senhor coveiro, mas a raiva é agora o único sentimento bom que poderia existir.

ps: leitores e leitoras, se usei nestas linhas ponto final (.) e não (...) como de costume é pelo fato de que aqui não é de recaminho que se trata, é de enterro.