quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Cravos )rosas( e margaridas.... é... acho que temos andado pouco românticos nos últimos  tempos – ou românticas diria... afinal, será que não são elas que mais têm escolhido mcdonalds a jogos mais aventureiros e belos?...
Tenho pensado bastante sobre o que significa o amor nestes nossos tempos... se foi ou apenas anda atropelado por outras coisas mais?... prefiro apostar que podemos afastar alguns gigantes, limpar os jardins e, assim, fazer das rosas novamente cor de rosas – ou quem sabe das margaridas um pouco mais amarelas... não nos esqueçamos dos cravos, dos lírios ou daquelas flores do campo que na pequenez de seus detalhes nos fazem acreditar que o amor persiste, a i n d a que esquecido...
Se já nos tivesse abandonado não estaria aqui a escrever e vocês, poucas e caríssimas leitoras, estariam a fazer outras coisas mais... vai assim mesmo pelo feminino... gramática e amor é preferível não andarem muito juntas, a sintaxe pode atrapalhar a aventura...  e também porque dedico estas linhas )mesmo que tortas( a borboletas que escolham por fazer de nossos tempos um pouco mais quixotescos... 

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Passo as folhas de jornal e, por vezes, pergunto-me qual sonho há por trás daquelas letras em folhas meio cinzas...

“Maior crise dos últimos tempos”, “Bancos em concordata: governo norte-americano vai investir milhões de dólares”, “Corte do IPI faz com que a indústria automobilística se recupere no país”; “Guerra no Iraque se mantém”, “Israel e Palestina: mais um dia de confronto”, “Brasil ainda registra um dos maiores índices de desigualdade social”, “ONU mais uma vez se reúne na busca de resolução do conflito”; “Brasil: rumo à próxima copa do mundo”, “o craque está de volta”, “jogador é vendido por 30 milhões de dólares para o futebol europeu”, “BBB 20: a emoção está de volta”...

Se há sonhos parece que eles não são muito contados, ou melhor, são contados de maneira que o que fazem é quem sabe acizentar os sonhos daqueles que as lêem... que outras possibilidades à crise, se nos arrastamos no meio da lama de desigualdades há séculos? Que outras versões à guerra, se já temos as investidas da ONU? Que outras alternativas à felicidade, se já temos o “circo” e a meta dos milhões de dólares (Em busca da felicidade)?

É... parece que a liberdade tem sido prescrita e que desconfia-se da igualdade... fraternidade já nem mesmo se toca o nome, ou melhor se restringe ela aos momentos de comoção nacional ... copas do mundo...

Tenho pensado em largar um pouco as folhas meio cinzas e dirigir os olhos para o que tem sido feito fora delas... “Novas formas de produção são construídas: a igualdade é o centro da proposta”, “Movimentos lutam pelas mulheres terem o direito de decidir: a proibição do aborto é a afirmação de uma subordinação”, “Universidades públicas são pressionadas para promoverem acessos mais democratizados”, “A propriedade privada mais uma vez colocada em questão: um basta à concentração de terras”, “Em busca de sociedades mais justas: movimentos sociais distintos na luta pelo fim de preconceitos e sociedades mais plurais”...

É... quem sabe ao contar estas outras histórias sonhos voltem a emergir e, assim, mais tempo seja utilizado para pensarmos e construirmos igualdades, liberdades, fraternidades... não parece ser fácil, não é? Nada assegura que seremos mais felizes, mas parece que amaremos mais...

Volto a passar mais algumas dessas páginas meio cinzas, mas agora na esperança de dar umas olhadelas para aquilo que tem sido escrito fora delas...