terça-feira, 20 de dezembro de 2011

  • quando a vida passa a nos perguntar sobre o viver... é estranho estar com alguém que desiste de estar... considerar pra caramba aquele que deixou de ser bem-vindo...
    não sei se se trata de angústia, violência, medo... o que se tem é uma constante pergunta sobre o que se fez, sobretudo, quando se está absolutamente certo que não se deixou de nada fazer... de que outro modo poderia ter feito? poderia ter feito de outro modo? sinceramente, não se sabe... 
    o que se tem é um constante sentimento de que se foi violentado, de que confundiram a esperança que se insiste em ter no outro com ingenuidade tola... de que se foi violentado ao não se ter nenhum problema com o afastamento, ou quem sabe melhor, com o dejeto daquilo com o que, se se importou, foi apenas minimamente...
    o que se tem é um constante apavoramento, pavor, talvez mais que medo, de não saber o que fez e assim repetir o mesmo feito... de ter deixado amizades e outros sabores e agora sentir-se ainda mais sozinho, afinal aqui sim se sabe o que deixou de se fazer e de fazer: de aceitar convites e convidar, de falar de outra coisa que não fosse daquele alguém com quem lhe bastava estar, de abrir os olhos quando ainda uma nódoa que os perturba não estivesse neles... 
    e o que resta fazer? ou melhor, o que fazer com o que resta? não sei...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Amor parece palavra fácil, que acontece num olhar repentino... se não amamos é bem provável que já lemos histórias de outros amores, ou ao menos vimos partes de novelas e filmes de que assim o retrata... sem nos esquecermos é claro dos manuais de auto-ajuda que hoje em dia estão na moda, antigamente talvez nos bastava o horóscopo...
Ainda bem que se trata de palavra pequena, porque deste tamanho já não é nada fácil, "briga perdoa perdoa briga", dissera Drummond. Poderão dizer que, da mesma forma dos manuais, ando aqui a normatizar o amor... ainda que se tratasse disso, duas coisas restam distintas: primeiro que essa toada só os que se amam entendem. Segundo, deixe os livros, filmes, novelas e manuais e vá conferir qual a toada do seu amor...

domingo, 27 de novembro de 2011

mentiras...

Afinal, 
não lhe amei, não lhe fui leal e companheiro,
não tivemos momentos que pudéssemos acreditar que seríamos felizes juntos,
e você se abriu para me amar e me disse eu te amo. 

Afinal,
palavras grossas foram as que mais usei,
mentiras, omissões muitas fiz e contei,
outros homens a mim deve buscar.

Afinal,
razões lhe dei para ter ciúmes (sem razão) de mim,
com outras mulheres estive a encontrar
um futuro em/nos outros é mesmo melhor que possibilidades concretas do/de presente.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ahhh... uma frase interessante no blog da menina má: "Menos sarcasmo, mais delicadeza. Ironia ao lado do romantismo." Que coisa boa por ler nestes dias... delicadeza... delicadeza... simples, mas não tão em voga... tão pouca em voga que raras aquelas que se importam com ela... nestes tempos tecnológicos mensagens de celular são usadas para dizer coisas sérias e toques de telefone não atendidos pretendem falar o que às vezes com delicadeza seria mais maduro... 

É menina má, que bom sinal de esperança ter puxado essa outra cadeira... quem sabe já é um começo para aquelas mulheres que também só fazem questão de lembrar das insatisfações com os homens que aparecem em seus caminhos... 

Sabe você que sempre fui pela defesa quixotesca dos recaminhos e pelo praticar das delicadezas... o que já pensava em mudar... porém, ao ler sua tentativa de outro olhar, resolvi dar mais um tempo para puxar outra cadeira aqui ao meu lado... para ocupá-la convidaria aquele que sempre insisti em deixar de lado, aquele a quem sempre dizia que não valia a pena assim viver: o conhecedor dos sarcasmos, da sedução barata e da usurpação do corpo feminino... 

domingo, 10 de julho de 2011

...

é... ando um tempo sem passar por aqui... pode ser que seja porque ando a colocar mais lenha no fogão, reavivando brasas... 
mas hoje escrevo por escutar alguém que diz não gostar de falar de si... diz não ser vergonha, que seja outro nome... como não falar de si cara leitora? como viver a vida sem de si falar? sim, deve haver modo, quem há de duvidar nesse mundo tão plural.... deve haver modo não só de si não falar, mas também de não falarem de ti... será esse o caminho da reserva? reserva, diz ser isso, e não vergonha... que seja cara leitora, mas, se um conselho quiser, ao acordar amanha não abra os olhos tão rápido, imagine alguns sons que lhe abram o sorriso, e ao se levantar e com os olhos enxergar alguém de quem goste somente diga sobre aquilo que lhe fez sorrir... nessa hora terá acabado de falar de si...

domingo, 15 de maio de 2011

conto hoje uma história de fogão à lenha... no início colocamos uma lenha aqui, ajeitamos, colocamos mais um pouco, ajeitamos, tem vez que até colocamos a mais... ainda é só lenha, mas nada que de repente começa a ser fogo e brasa, aquece, aquece, aquece, chega uma hora que acreditamos então que aquele calor já será suficiente para cozinhar o feijão, o arroz, a batata, o que fazemos no cotidiano... 
nessas vivências de fogão à lenha umas vezes decidimos cozinhar mais, adicionar novos sabores e colocamos mais lenha, reavivamos as brasas... noutros momentos, nem sempre sabemos direito o que acontece, recuamos, desistimos ou nem mesmo construímos a vontade de cozinhar... nesse último caso as brasas se vão, de tiquinho em tiquinho, cozinham a ultima porção de feijão, arroz, batata... algumas vezes ficam pouco cozidos e cabe somente a nós decidir se tentamos reacender as brasas... se não, ficam apenas as cinzas na espera de serem limpas no futuro quando nos acharmos capazes de trazer nova lenha... mas oh! pode ser que existam casos em que as cinzas dêem teia de aranha... 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

...

do que menos se espera, não se espera nada mais que um laço, um lenço... do que menos se espera, não se espera uma flor, um beijo, hálito quente... do que menos se espera, espera-se apenas o pouco, o ínfimo, a gota...
o que mais esperar do que menos se espera? talvez um pouco de alegria da gota, do laço, do lenço sem flor, sem beijo, sem hálito... 
os contentados com o que menos se espera refuto com a esperança da chuva, do jardim, da saliva nos lábios de uma outra que esquente o hálito no prazer do que mais se espera...
já chego, nada de muito esperar...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ode a quem está longe... Nicole...

se logo ali... vá lá... 
estenda a mão e tiquinho desse sorriso... 
estou indo a janela...
um cadinho para lhe ver...

se logo ali... vá lá...
dê um assopro...
pego aqui um vento virando...
para sentir cadinho do seu cheiro...

se logo ali... vá lá...
e não deixe de olhar pela janela...
se ver no céu um cisco azul, pode ser eu...
pequenininho nas asas da borboleta... 



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

...

Às vezes é importantes estarmos só... até mesmo porque nestas horas estar só não é estarmos sozinhos, mas com nossas lembranças, cacos, carinhos... é estar conosco mesmo e com os outros que amamos, que foram amados... é estar com aquela música, com aquele verso, com a mensagem escrita na última rosa entregue... é estar em lugares sem sairmos de casa, em sabores sem degustarmos, em sorrisos mesmo que o que temos no momento são lágrimas... 
Nestas horas então não estamos só)zinhos(... mas conosco mesmo, com os caminhos que trilhamos... voltando, algumas vezes, os arbustos pro lugar... há caminhos que o melhor é fechá-los mesmo e não correr o risco de repetirmos... noutras vezes, a volta é mesmo para admirar a trilha aberta, preservá-la não como fóssil, mas reviver a alegria que foi abri-la... 
Só, ainda que com muitos...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

...

onde vazios de ser possam ser escoadouros de novas passagens
onde recaminhos possam ganhar novos significados
não só repetição de caminhos
que se foram e que se repetem, repetem, repetem...
onde recaminhos sejam recomeços
onde?