domingo, 17 de maio de 2009

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A arena... lotada... gladiadores a postos... todos à espera do enfrentamento... Sai dia, entra dia... todos se enfrentando e à espera do enfrentamento... Alguém levanta de uma forma diferente, grita pedindo a palavra... continuam se enfrentando e à espera do enfrentamento... Cai ao chão, se ergue e novamente grita pedindo a palavra... todos em ato, nada de voz... somente ruídos...

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Se ergue novamente, agora já bem machucado, mas ainda na insistência de gritar pela palavra... novo golpe... não só não se faz voz, agora também agoniza...

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Que palavra queria ser dita? Que ruído queria se fazer voz? Suspeito que a palavra podia ser amar... e se amar revoluciona é somente porque envolve mais de um... como dizê-la? as linhas tortas ainda não sabem como ser escritas...

domingo, 3 de maio de 2009

Sonhar
Só ar
Sem ar...

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Se alguem disser: Pare!
Posso até parar
Mas manterei os olhos no horizonte...

Se disser: Fique!
Posso até ficar
Mas manterei os olhos no horizonte...

Se disser: Siga!
Posso até seguir
Mas sem perder os olhos daquele lugar...

Pode ser que não haja horizonte sem aquele lugar... e que aquele lugar só exista como reflexo de um horizonte que estamos por aí... a procurar... a procurar... que o desejo seja bella, por mais que aflija a angústia do esperar...

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mu mu mu mu mu mu mu có có có có có có có pô pô pô pô pô pô pô mé mé mé mé mé mé mé.

Tudo igual! Maria às seis levanta, faz café, pega o ônibus, vai trabalhar. Maria almoça, mesmo restaurante, mesma comida, hoje é feijoada, como era na sexta passada. Volta para casa, ônibus de novo, faz o jantar, toma seu banho e lá vai ela deitar.

João do butiquim, também tudo igual! Francisco empresário, tudo igual! Cadê a novidade? Naquele estudante, esperança da humanidade? Ih, mais uma vez tudo igual!

Ai ai seu inventor... dos homens se fazem cabras... cadê a novidade? Será que a máquina quebrou? Vamos ver se hoje o locutor fala um pouco de amor, pode estar aí a novidade... quem sabe este desregule as práticas e enlouqueça as engrenagens... não levando a quebra da máquina, mas nem também à sua perfeição... os limites no seu contrário são semelhança e repetição...

có mu mu mé pô mé có mu pô tá té mi sol có mé lá só có mi ré pô mu có do lá mé mu do ré...