sábado, 13 de março de 2010

cana

outro dia, poderia ser só mais um dia, mas não, era um dia diferente para João... primeira vez em que era embarcado na traseira de um caminhão rumo a um canavial... um misto de orgulho e incerteza... por um lado, orgulhoso, ainda com seus 13 anos deixaria a meninice para se fazer homem... por outro lado, incerto sobre o que deveria fazer, o que viria desta passagem...
lá se fora João... facão, bota, pouca comida, muito trabalho... uma floresta de cana... corta, corta, co r ta, co r ta, fim do dia, cana ainda muita sem cortar...
recebera poucos viténs pela mercadoria vendida )seu corpo franzino(... não entendia João como alguém poderia ter conseguido tantas terras e plantado tanta cana... aquele que o pagava dissera que eram os melhores patrões...
lembrara João daquele velho de alguns anos atrás... também da resposta daquele caminhoneiro sobre carros e caminhões...