sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Passo as folhas de jornal e, por vezes, pergunto-me qual sonho há por trás daquelas letras em folhas meio cinzas...

“Maior crise dos últimos tempos”, “Bancos em concordata: governo norte-americano vai investir milhões de dólares”, “Corte do IPI faz com que a indústria automobilística se recupere no país”; “Guerra no Iraque se mantém”, “Israel e Palestina: mais um dia de confronto”, “Brasil ainda registra um dos maiores índices de desigualdade social”, “ONU mais uma vez se reúne na busca de resolução do conflito”; “Brasil: rumo à próxima copa do mundo”, “o craque está de volta”, “jogador é vendido por 30 milhões de dólares para o futebol europeu”, “BBB 20: a emoção está de volta”...

Se há sonhos parece que eles não são muito contados, ou melhor, são contados de maneira que o que fazem é quem sabe acizentar os sonhos daqueles que as lêem... que outras possibilidades à crise, se nos arrastamos no meio da lama de desigualdades há séculos? Que outras versões à guerra, se já temos as investidas da ONU? Que outras alternativas à felicidade, se já temos o “circo” e a meta dos milhões de dólares (Em busca da felicidade)?

É... parece que a liberdade tem sido prescrita e que desconfia-se da igualdade... fraternidade já nem mesmo se toca o nome, ou melhor se restringe ela aos momentos de comoção nacional ... copas do mundo...

Tenho pensado em largar um pouco as folhas meio cinzas e dirigir os olhos para o que tem sido feito fora delas... “Novas formas de produção são construídas: a igualdade é o centro da proposta”, “Movimentos lutam pelas mulheres terem o direito de decidir: a proibição do aborto é a afirmação de uma subordinação”, “Universidades públicas são pressionadas para promoverem acessos mais democratizados”, “A propriedade privada mais uma vez colocada em questão: um basta à concentração de terras”, “Em busca de sociedades mais justas: movimentos sociais distintos na luta pelo fim de preconceitos e sociedades mais plurais”...

É... quem sabe ao contar estas outras histórias sonhos voltem a emergir e, assim, mais tempo seja utilizado para pensarmos e construirmos igualdades, liberdades, fraternidades... não parece ser fácil, não é? Nada assegura que seremos mais felizes, mas parece que amaremos mais...

Volto a passar mais algumas dessas páginas meio cinzas, mas agora na esperança de dar umas olhadelas para aquilo que tem sido escrito fora delas...

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