segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

...

o que eu teria para falar nestes dias? isso mesmo, dias de ontem, de amanhã... de hoje é sempre mais difícil, presente tem a característica de ser uma caixinha de surpresa... assusta mais que o futuro, este acreditamos sermos capazes de planejar... e que nada, planejamentos que acabam por nos deixar na mão...
escuto às vezes que este tempo é o tempo dos obsessivos... desperta, trabalha, corre, corre, compete, compete, volta pra casa, dorme, desperta, trabalha, corre, corre, compete, compete... fim de semana diz que vai quebrar o ritmo, mas que nada, aquela cerveja que tomará é a mesma que vem a tomar nos últimos anos, meses, tudo igual a ontem...
concordo pelo avesso das letras... é tempo dos obsessivos pelo tempo... afinal o que ganham os obsessivos senão somente o despertar da loucura da repetição... a loucura da repetição do despertar... a repetição do despertar da loucura... ?
se é tempo dos obsessivos pelo tempo diria que o tempo não é dos obsessivos, mas das histéricas... naquilo de infindável, de angustioso que ameaça sempre a nossa crença de que planejaremos o futuro, que controlamos o presente, que tudo será próximo ao que foi ontem... corremos e corremos atrás dele na esperança de nos satisfazer (ou de satisfazê-lo), nesse jogo feito aquele com as histéricas que ao receberem rosas dizem preferir margaridas...  
mundo difícil para os obsessivos, se antes enlouqueciam somente ao amar as histéricas, agora no tempo das histéricas nem mesmo há muito tempo para amar... naquele ainda se divertiam (ainda que se angustiassem), tinham tempo para sonhar um pouco mais, neste o despertar é exigência, o planejamento (impossível, por dizer) uma cobrança, o sonho fugaz e sem importância...

Nenhum comentário:

Postar um comentário